21/11/2020 até 1/03/2021
FROM SEA TO SEA - STANDA SEDLAK
Standa Sedlak é um artista visual nascido
em Praga, capital da República Tcheca no Leste Europeu, radicado atualmente em
Toronto, capital cultural do Canadá, onde mantém ateliê e desenvolve trabalhos
de pesquisa e produção de arte junto às comunidades.
A convite do casal de brasileiros Geórgia
Moritz e Rafael Reis veio conhecer o nosso país, e acompanhado de sua mulher
Dana, conhecida designer gráfica, aportou em Florianópolis em fevereiro de
2020. Na bagagem trouxe um kilt escocês para seu uso e trinta pinturas recentes
com a proposta para que eu exercesse a curadoria da exposição na América
Latina.
Pela primeira vez a capital do Estado
de Santa Catarina tomava conhecimento e teve acesso ao conjunto de suas pinturas
espatuladas e aquareladas na exposição que organizamos no Espaço das Oficinas
de Arte do Centro Integrado de Cultura, apoiada pelo Governo do Estado/Fundação
Catarinense de Cultura e prestigiada por numeroso público.
Em março de 2020, o mundo foi
acometido pela pandemia do Covid-19, e Standa e Dana Sedlak conseguiram
retornar ao Parkdale no Canadá um dia antes de fecharem os aeroportos.
Entretanto, sem as preciosas obras do artista.
Com as pinturas sob a guarda dos seus
amigos Geórgia e Rafael e na expectativa de reabertura dos centros culturais e
museus, propusemos ao internacional artista mostrar essas obras para o público
joinvilense com a exposição From Sea to Sea, que ora se concretiza numa
iniciativa do Instituto Internacional Juarez Machado.
Pintor que manuseia com maestria as
espátulas e desenha sensíveis aquarelas, Standa Sedlak integra uma geração de
artistas contemporâneos respeitados mundialmente por invocarem a natureza em
conflito com as questões climáticas e do meio ambiente nos seus países. O
título da exposição - From Sea to Sea
(do Mar ao Mar) – faz uma
referência ao lema canadense, país com dimensões continentais banhado por três
oceanos – Pacífico, Atlântico e Ártico.
Praias desertas, geleiras, montanhas
e penhascos, riachos e florestas são temas recorrentes em suas criações, produzidas
com pinceladas gestuais, traços de giz de cera e variados movimentos de
espátula, ferramentas que ampliam seu clamor pelas artes visuais e pela
narrativa ecológica. A quase ausência da figura humana em suas criações traduz
o cenário às vezes idílico, outras vezes questionador.
Standa Sedlak trabalhou em estúdios de cinema, cenários de teatro e tem participado de feiras de arte contemporânea na Itália e França. Sua figura lembra um hippie tardio ou militante dos movimentos pacifistas da década de 1970, personificado pela sua arte universal.
Edson Busch Machado - curador e diretor artístico do Instituto Internacional Juarez Machado